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Quebrar Paradigmas | DS INTERMEDIÁRIOS DE CRÉDITO

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Setembro 29, 2025

Arrendamento Moderado: o que muda com a nova lei?

Por Catarina Matos
Coordenadora Nacional Adjunta da DS Intermediários de Crédito
Especialista em Finanças Pessoais

Nos últimos meses, muito se tem falado sobre o tema da habitação em Portugal e sobre as novas medidas aprovadas pelo Governo. O objetivo é claro: criar soluções que permitam responder às dificuldades de acesso à habitação, seja para compra ou arrendamento. Uma das grandes novidades é a introdução do conceito de ” arrendamento moderado” e um conjunto de benefícios fiscais associados, tanto para senhorios como para inquilinos.

Afinal, o que significa “renda moderada” e quais são as mudanças concretas que esta lei traz?

O que é considerado arrendamento moderado?

Segundo a lei agora aprovada, considera-se arrendamento moderado aquele em que a renda não ultrapassa os 2 300 € mensais. Para imóveis destinados a venda, o valor máximo de enquadramento nas medidas será de 648 022 €.

Ou seja, qualquer habitação que esteja abaixo destes limites poderá beneficiar das novas condições previstas pelo Governo.

Principais medidas em vigor

As mudanças não se limitam apenas à definição de renda moderada. Eis as medidas mais relevantes:

  • IVA reduzido a 6% nas obras de construção e reabilitação destinadas a venda ou arrendamento moderado (antes a taxa era de 23%).
  • Benefícios fiscais para senhorios, com redução da taxa de IRS sobre rendimentos prediais de 25% para 10%, desde que os contratos (novos) respeitem o teto da renda moderada.
  • Dedução no IRS para inquilinos: quem arrenda casa passa a poder deduzir mais despesas no IRS. O valor máximo sobe para 900 € em 2026 e para 1 000 € em 2027.
  • Isenção de Adicional ao IMI (AIMI) para imóveis arrendados a preços moderados.
  • Aumento do IMT para compradores não residentes (com exceção dos emigrantes), como forma de travar alguma pressão externa sobre o mercado imobiliário.

 

Antes vs. Agora

Para que a mudança seja mais clara, deixo aqui um quadro comparativo das principais diferenças:

Tema Antes da nova lei A partir da nova lei
IVA na construção/reabilitação 23% em todos os casos 6% para casas até 648 022 € ou rendas até 2 300 €
IRS sobre rendimentos prediais (senhorios) 25% 10% (se renda ≤ 2 300 €)
Dedução de rendas no IRS (inquilinos) Máx. 600 € Máx. 900 € em 2026 e 1 000 € em 2027
AIMI (Adicional ao IMI) Aplicável a imóveis de maior valor Isento em imóveis arrendados a rendas moderadas
IMT para não residentes Mesma taxa que residentes Taxa agravada (exceto emigrantes)

O que esperar daqui para a frente?

Estas medidas pretendem dinamizar o mercado, incentivando novos projetos de construção e reabilitação, mas também estimulando os senhorios a colocar imóveis no mercado de arrendamento com condições mais acessíveis.

Apesar disso, é importante ter em conta que o conceito de “renda moderada” pode ser discutível, já que os 2 300 € de renda estão longe da realidade de muitos portugueses. Ainda assim, trata-se de um passo relevante para criar um enquadramento legal que diferencia rendas “especulativas” de valores considerados aceitáveis no atual contexto.

Na DS Intermediários de Crédito vamos continuar a acompanhar todas estas alterações de perto, garantindo que os nossos clientes têm acesso à melhor informação e às soluções mais vantajosas, seja para arrendar, comprar ou investir em habitação.

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Setembro 15, 2025

Etapas, condições, cuidados e termos a conhecer antes de avançar com a compra de casa.

 

Artigo de blog

 

Adquirir casa própria é um dos passos mais importantes na vida de qualquer pessoa. Contudo, o processo de acesso ao crédito habitação, embora comum, continua a ser um território desconhecido para muitos. Entre simulações, burocracias e termos técnicos, é fundamental entrar neste compromisso financeiro com clareza e conhecimento.

 

Neste artigo, explico as principais etapas, condições e precauções a ter em conta antes de formalizar o pedido de um empréstimo para habitação. Porque decisões bem informadas são sempre decisões mais seguras.

 

  1. Avaliação da sua situação financeira

 

Antes de iniciar qualquer processo junto das instituições bancárias, é essencial fazer uma autoavaliação rigorosa das suas finanças:

 

  • Rendimento mensal líquido e estabilidade profissional;
  • Taxa de esforço (percentagem do rendimento comprometida com créditos);
  • Poupança disponível para entrada inicial e despesas associadas;
  • Existência de outros encargos mensais fixos.

 

A recomendação geral é que a taxa de esforço não ultrapasse os 30% a 35% do rendimento líquido familiar. Este será, aliás, um dos primeiros critérios avaliados pelos bancos.

 

  1. Entrada inicial e despesas adicionais

 

Ao contrário do que muitos pensam, o crédito habitação não cobre o valor total do imóvel. Na maioria dos casos, o financiamento máximo é de 90% do valor de avaliação ou de compra (o menor entre os dois). Assim, deve estar preparado para suportar os 10% a 20% em capital próprio.

 

Além disso, existem despesas obrigatórias a considerar:

 

  • Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT);
  • Imposto de Selo (sobre o crédito e sobre a compra);
  • Comissões bancárias e escritura;
  • Custos com avaliação do imóvel.

 

Estima-se que estas despesas adicionais representem cerca de 5% a 7% do valor total da compra.

 

  1. Tipos de taxa de juro: fixa, variável ou mista?

 

Um dos pontos críticos do crédito habitação prende-se com o tipo de taxa de juro:

 

Taxa variável: é indexada à Euribor e revê-se periodicamente. Pode beneficiar de taxas mais baixas inicialmente, mas acarreta o risco de subida de prestações.

 

Taxa fixa: mantém-se inalterada durante todo o prazo do contrato, oferecendo previsibilidade e estabilidade, geralmente a um custo inicial mais elevado.

 

Taxa mista: combina ambos os regimes, fixa num período inicial e variável no restante prazo.

 

A escolha deve ter em conta o seu perfil financeiro, a tolerância ao risco e o cenário económico. Em tempos de incerteza ou subida de taxas de juro, muitas famílias optam por maior segurança.

 

  1. Prazo de pagamento e amortização

 

O prazo máximo legal para um crédito habitação em Portugal é de 40 anos, embora os bancos avaliem a proposta consoante a idade do cliente. Quanto mais longo o prazo, menor será a prestação mensal, mas maior o custo total com juros ao longo do tempo.

 

É ainda importante saber que pode fazer amortizações antecipadas, totais ou parciais, que permitem reduzir o montante em dívida ou o prazo do empréstimo. Estas amortizações podem ter comissões associadas, especialmente em créditos com taxa fixa.

 

  1. Documentação e análise bancária

 

Ao formalizar o pedido, ser-lhe-á exigido um conjunto de documentos, como:

 

  • Identificação pessoal;
  • Declarações de rendimentos (IRS, recibos de vencimento);
  • Mapa de responsabilidades de crédito do Banco de Portugal;
  • Declaração da entidade patronal;
  • Informação do imóvel (caderneta predial, certidão permanente, planta).

 

Após a entrega da documentação, o banco fará uma análise de risco, avaliará o imóvel e decidirá as condições específicas para o seu caso.

 

  1. Atenção às cláusulas do contrato

 

Antes de assinar qualquer contrato de crédito, leia com atenção todas as cláusulas. Em especial:

 

  • Spread (margem de lucro do banco);
  • Taxa Anual Efetiva Global (TAEG), que inclui todos os encargos;
  • Comissões bancárias (abertura, manutenção, processamento);
  • Produtos associados obrigatórios (seguros, domiciliação de ordenado, etc.).

 

  1. Segurança e proteção: os seguros obrigatórios

 

Ao contrair um crédito habitação, será obrigado a contratar:

 

  • Seguro de Vida: que garante o pagamento da dívida em caso de morte ou invalidez do titular;
  • Seguro Multirriscos-Habitação: para proteger o imóvel contra danos (incêndio, inundações, etc.).

 

Em suma pedir um crédito habitação é mais do que uma decisão financeira, é um compromisso a longo prazo que exige reflexão, planeamento e responsabilidade. Ao conhecer bem os termos, os seus direitos e deveres, e os custos reais envolvidos, estará melhor preparado para dar este passo de forma segura e informada.

 

Lembre-se: a casa ideal não é apenas aquela que preenche os seus sonhos, mas também aquela que cabe confortavelmente no seu orçamento.

Agosto 12, 2025

Crédito Consolidado: quando faz sentido e quais os benefícios

Num contexto em que a gestão financeira assume um papel cada vez mais determinante no bem-estar das famílias portuguesas, o crédito consolidado surge como uma solução que, quando bem ponderada, pode trazer maior equilíbrio, tranquilidade e organização ao orçamento familiar. Mas afinal, em que consiste, quais são as suas vantagens e quando faz realmente sentido recorrer a esta opção?

O que é o crédito consolidado?

De forma simples, o crédito consolidado consiste em agrupar vários créditos num só, transformando várias prestações mensais em apenas uma. É uma operação financeira especialmente indicada para quem possui diferentes créditos ativos, como cartões de crédito, crédito automóvel ou créditos pessoais que, no seu conjunto, pesam significativamente no orçamento mensal.

Ao consolidar, o cliente passa a ter uma única prestação, normalmente com um prazo mais alargado e, muitas vezes, com uma taxa de juro mais favorável. O principal objetivo é reduzir a taxa de esforço e melhorar a capacidade de gestão financeira.

Quais são as principais vantagens?

As vantagens do crédito consolidado são múltiplas, destacando-se:

  • Redução da prestação mensal – Com um único contrato e, frequentemente, com uma taxa de juro mais baixa, o valor mensal a pagar diminui, libertando liquidez para outras despesas ou para constituir uma poupança.
  • Facilidade de gestão – Passa a existir apenas uma data e uma entidade para pagamento, o que simplifica a organização das finanças pessoais e reduz o risco de incumprimentos.
  • Reforço do controlo financeiro – Ao reduzir a pressão mensal, torna-se possível planear melhor o futuro, equilibrar despesas e gerir imprevistos com maior segurança.
  • Possibilidade de negociar melhores condições – Com o apoio de um intermediário de crédito certificado, é possível encontrar soluções mais vantajosas junto das instituições financeiras.

Quando é que vale realmente a pena consolidar?

Embora o crédito consolidado seja, à partida, uma solução tentadora, nem sempre é a melhor opção. Faz sentido considerar esta operação sobretudo quando:

  • Existem várias prestações mensais que, somadas, representam uma fatia significativa do rendimento;
  • A taxa de esforço se aproxima ou ultrapassa os limites recomendados (habitualmente cerca de 30% a 40% do rendimento líquido);
  • Se pretende simplificar a gestão das contas, reduzindo o risco de esquecimentos ou atrasos nos pagamentos;
  • É possível negociar uma taxa de juro global mais competitiva do que a dos créditos existentes.

É essencial, contudo, analisar cada caso individualmente, ponderando se o prazo mais longo associado ao crédito consolidado não resulta num custo total mais elevado ao longo do tempo.

O papel do intermediário de crédito

Neste processo, a orientação de um intermediário de crédito certificado é determinante. Este profissional avalia a situação financeira do cliente de forma rigorosa, apresenta simulações, esclarece dúvidas e negocia, junto das entidades bancárias, as condições mais adequadas ao perfil e necessidades de quem procura consolidar os seus créditos.

Mais do que encontrar uma solução imediata, trata-se de construir uma resposta sustentável e responsável, que contribua para o equilíbrio financeiro a médio e longo prazo.

Em suma, o crédito consolidado pode ser um instrumento valioso de reorganização financeira, permitindo libertar rendimento mensal e trazer maior tranquilidade ao dia a dia. Porém, deve ser encarado com consciência, análise detalhada e, sempre que possível, acompanhado por um profissional qualificado que assegure que esta é, de facto, a melhor solução para cada situação concreta.

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Abril 1, 2025

Num mundo cada vez mais imprevisível, o planeamento financeiro é uma ferramenta essencial para as famílias que ambicionam ter um futuro seguro e estável. A necessidade de gerir despesas, poupar para objetivos futuros e proteger-se contra incertezas, nunca foi tão crucial.