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Crédito Habitação: O Que Deve Saber Antes de Pedir um Empréstimo | DS INTERMEDIÁRIOS DE CRÉDITO

Setembro 15, 2025
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Etapas, condições, cuidados e termos a conhecer antes de avançar com a compra de casa.

 

Artigo de blog

 

Adquirir casa própria é um dos passos mais importantes na vida de qualquer pessoa. Contudo, o processo de acesso ao crédito habitação, embora comum, continua a ser um território desconhecido para muitos. Entre simulações, burocracias e termos técnicos, é fundamental entrar neste compromisso financeiro com clareza e conhecimento.

 

Neste artigo, explico as principais etapas, condições e precauções a ter em conta antes de formalizar o pedido de um empréstimo para habitação. Porque decisões bem informadas são sempre decisões mais seguras.

 

  1. Avaliação da sua situação financeira

 

Antes de iniciar qualquer processo junto das instituições bancárias, é essencial fazer uma autoavaliação rigorosa das suas finanças:

 

  • Rendimento mensal líquido e estabilidade profissional;
  • Taxa de esforço (percentagem do rendimento comprometida com créditos);
  • Poupança disponível para entrada inicial e despesas associadas;
  • Existência de outros encargos mensais fixos.

 

A recomendação geral é que a taxa de esforço não ultrapasse os 30% a 35% do rendimento líquido familiar. Este será, aliás, um dos primeiros critérios avaliados pelos bancos.

 

  1. Entrada inicial e despesas adicionais

 

Ao contrário do que muitos pensam, o crédito habitação não cobre o valor total do imóvel. Na maioria dos casos, o financiamento máximo é de 90% do valor de avaliação ou de compra (o menor entre os dois). Assim, deve estar preparado para suportar os 10% a 20% em capital próprio.

 

Além disso, existem despesas obrigatórias a considerar:

 

  • Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT);
  • Imposto de Selo (sobre o crédito e sobre a compra);
  • Comissões bancárias e escritura;
  • Custos com avaliação do imóvel.

 

Estima-se que estas despesas adicionais representem cerca de 5% a 7% do valor total da compra.

 

  1. Tipos de taxa de juro: fixa, variável ou mista?

 

Um dos pontos críticos do crédito habitação prende-se com o tipo de taxa de juro:

 

Taxa variável: é indexada à Euribor e revê-se periodicamente. Pode beneficiar de taxas mais baixas inicialmente, mas acarreta o risco de subida de prestações.

 

Taxa fixa: mantém-se inalterada durante todo o prazo do contrato, oferecendo previsibilidade e estabilidade, geralmente a um custo inicial mais elevado.

 

Taxa mista: combina ambos os regimes, fixa num período inicial e variável no restante prazo.

 

A escolha deve ter em conta o seu perfil financeiro, a tolerância ao risco e o cenário económico. Em tempos de incerteza ou subida de taxas de juro, muitas famílias optam por maior segurança.

 

  1. Prazo de pagamento e amortização

 

O prazo máximo legal para um crédito habitação em Portugal é de 40 anos, embora os bancos avaliem a proposta consoante a idade do cliente. Quanto mais longo o prazo, menor será a prestação mensal, mas maior o custo total com juros ao longo do tempo.

 

É ainda importante saber que pode fazer amortizações antecipadas, totais ou parciais, que permitem reduzir o montante em dívida ou o prazo do empréstimo. Estas amortizações podem ter comissões associadas, especialmente em créditos com taxa fixa.

 

  1. Documentação e análise bancária

 

Ao formalizar o pedido, ser-lhe-á exigido um conjunto de documentos, como:

 

  • Identificação pessoal;
  • Declarações de rendimentos (IRS, recibos de vencimento);
  • Mapa de responsabilidades de crédito do Banco de Portugal;
  • Declaração da entidade patronal;
  • Informação do imóvel (caderneta predial, certidão permanente, planta).

 

Após a entrega da documentação, o banco fará uma análise de risco, avaliará o imóvel e decidirá as condições específicas para o seu caso.

 

  1. Atenção às cláusulas do contrato

 

Antes de assinar qualquer contrato de crédito, leia com atenção todas as cláusulas. Em especial:

 

  • Spread (margem de lucro do banco);
  • Taxa Anual Efetiva Global (TAEG), que inclui todos os encargos;
  • Comissões bancárias (abertura, manutenção, processamento);
  • Produtos associados obrigatórios (seguros, domiciliação de ordenado, etc.).

 

  1. Segurança e proteção: os seguros obrigatórios

 

Ao contrair um crédito habitação, será obrigado a contratar:

 

  • Seguro de Vida: que garante o pagamento da dívida em caso de morte ou invalidez do titular;
  • Seguro Multirriscos-Habitação: para proteger o imóvel contra danos (incêndio, inundações, etc.).

 

Em suma pedir um crédito habitação é mais do que uma decisão financeira, é um compromisso a longo prazo que exige reflexão, planeamento e responsabilidade. Ao conhecer bem os termos, os seus direitos e deveres, e os custos reais envolvidos, estará melhor preparado para dar este passo de forma segura e informada.

 

Lembre-se: a casa ideal não é apenas aquela que preenche os seus sonhos, mas também aquela que cabe confortavelmente no seu orçamento.